Após um período como magistrado, Dirceu, é também preso, julgado e condenado ao exílio em Moçambique . Lá, longe de sua ex-noiva e agora inconsolada Marília , casa-se com Juliana de Mascarenhas, que tinha muito dinheiro mas não era dotada de grande intelecto.
Os romances finais falam do poeta Alvarenga Peixoto, sua esposa, Bárbara Eliodora, e sua filha, Maria Ifigênia ;o retrato de Marília idosa; lamentos pela calamidade mineira; e a loucura e morte de D. Maria I. A obra é concluída com a “Fala aos
Inconfidentes Mortos”:
E aqui ficamos
todos contritos,
a ouvir na névoa
o desconforme,
submerso curso
dessa torrente
do purgatório...
Quais os que tombam,
em crimes exaustos,
quais os que sobem,
purificados?
Um dos romances mais significativos, relaciona o ato da confecção da bandeira dos inconfidentes com todo o movimento que eles preparavam em Ouro Preto.
(...)
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza.
Corre-se por essas ruas?
Corta-se alguma cabeça?
Do cimo de alguma escada,
profere-se alguma arenga?
Que bandeira se desdobra?
Com que figura ou legenda?
Coisas da Maçonaria,
do Paganismo ou da Igreja?
A Santíssima Trindade?
Um gênio a quebrar algemas?
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a Inconfidência.
E diz o Vigário ao Poeta:
“Escreva-me aquela letra
do versinho de Virgílio...”
E dá-lhe o papel e a pena.
E diz o Poeta ao Vigário,
com dramática prudência:
“Tenha meus dedos cortados
antes que tal verso escrevam...”
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus — pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).
Através de grossas portas,
sentem-se luzes acesas,
— e há indagações minuciosas
dentro das casas fronteiras.
“Que estão fazendo, tão tarde?
Que escrevem, conversam, pensam?
Mostram livros proibidos?
Lêem notícias nas gazetas?
Terão recebido cartas
de potências estrangeiras?”
(Antiguidades de Nîmes
em Vila Rica suspensas!
Cavalo de La Fayette
saltando vastas fronteiras!
Ó vitórias, festas, flores
das lutas da independência!
Liberdade – essa palavra,
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)
E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO texto está totalmente fora da proposta passada para turma. Sugiro que o grupo procure os representantes e refaça a postagem.
ResponderExcluirDomingo, dia 06/11/11, eu analisarei o teto novamente.
Att,
Neilton.